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Quarta-feira, 22 de Outubro de 2025

Saúde

Intoxicação por metanol: onde estão os casos em São Paulo, que cuidados tomar e mais 6 pontos que você precisa saber

Estado concentra notificações, com 85% dos casos do país. Notificações estão em 26 cidades diferentes. Duas deixaram a lista após análise descartar presença de metanol.

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Por Jornal Trombeta
Intoxicação por metanol: onde estão os casos em São Paulo, que cuidados tomar e mais 6 pontos que você precisa saber
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O número de notificações pelo país de intoxicação por metanol após ingestão de bebida alcoólica só tem subido — e o estado de São Paulo concentra os casos.

🔍 O metanol é um álcool usado industrialmente em solventes e outros produtos químicos, é altamente perigoso quando ingerido. Inicialmente, ataca o fígado, que o transforma em substâncias tóxicas que comprometem a medula, o cérebro e o nervo óptico, podendo causar cegueira, coma e até morte. Também pode provocar insuficiência pulmonar e renal.

 

1 - Casos de intoxicação por metanol

 

número de notificações subiu para 225 no Brasil, segundo novo balanço do Ministério da Saúde divulgado neste domingo (5). As notificações incluem casos confirmados e suspeitos, além de mortes. São 16 casos confirmados e 209 em investigação.

O estado de São Paulo lidera com 192 notificações, o que corresponde a 85% dos números de todo o país.

Desses 192 registros, 14 casos foram confirmados (incluindo 2 mortes) e 178 estão sob investigação (incluindo 7 mortes).

 

2 - Onde estão os casos de intoxicação no estado de SP

 

As cidades que já tiveram notificação sobre suspeita de intoxicação por metanol são:

 

  • Araçatuba
  • Cajuru
  • Carapicuíba
  • Cubatão
  • Diadema
  • Embu
  • Embu das Artes
  • Ferraz de Vasconcelos
  • Guarulhos
  • Itapecerica da Serra
  • Itaquaquecetuba
  • Jacareí
  • Jundiaí
  • Limeira
  • Mauá
  • Osasco
  • Ribeirão Preto
  • Rio Claro
  • Santo André
  • Santos
  • São Bernardo do Campo
  • São José dos Campos
  • São Paulo
  • São Vicente
  • Taboão da Serra
  • Vinhedo

 

As cidades de Barrinha e Itu tiveram notificações, mas os casos foram descartados após análise.

 

3 - Quais bebidas estão sendo 'batizadas' com metanol?

 

Os casos de intoxicação por metanol identificados até agora envolvem bebidas destiladas, como vodca e gin.

No entanto, especialistas reforçam que, neste momento, nenhuma bebida pode ser considerada totalmente segura. O risco maior, porém, está nos destilados, especialmente os incolores.

 

De acordo com médicos ouvidos pelo g1cerveja, vinho e chope apresentam menor vulnerabilidade à adulteração com metanol, principalmente pela forma de produção e envase. A cerveja em lata é apontada como a opção de menor risco, já que o recipiente é mais difícil de ser adulterado.

4 - Como identificar metanol na bebida?

 

Não é possível identificar a presença do metanol apenas olhando, cheirando ou provando a bebida. Ele não altera cor, odor ou sabor, e só pode ser detectado por testes laboratoriais. Por isso, especialistas o chamam de “substância traiçoeira”.

Autoridades recomendam que consumidores fiquem atentos a embalagens suspeitas (como lacres tortos ou rótulos mal impressos), desconfiem de preços muito baixos e sempre exijam nota fiscal.

 

A Abrasel, entidade que representa bares e restaurantes, orienta que garrafas vazias sejam inutilizadas para evitar que falsificadores as reutilizem.

Autoridades orientam a população a:

 

  • Desconfiar de preços muito baixos;
  • Comprar apenas em locais conhecidos;
  • Verificar se as garrafas têm lacre e selo fiscal.

 

Em caso de sintomas, a recomendação é procurar atendimento médico imediato e informar a origem da bebida para ajudar na investigação.

 

5 - Sintomas nas primeiras horas

 

Nas primeiras horas, a intoxicação pode ser confundida com uma ressaca comum: náusea, tontura e dor de cabeça. Mas o fígado logo transforma o metanol em substâncias tóxicas, como formaldeído e ácido fórmico, que atacam principalmente olhos e sistema nervoso.

Entre 12 e 24 horas, surgem sintomas mais graves, como visão borrada e respiração acelerada. Em até 48 horas, há risco de cegueira irreversível, falência de órgãos e morte. O tratamento imediato é fundamental, pois cada hora de atraso reduz as chances de recuperação.

 
Infográfico: o impacto do metanol no corpo humano. — Foto: Arte/g1

 

6 - Existem antídotos para o metanol?

 

Sim. O antídoto considerado padrão-ouro é o fomepizol, que não tinha registro no país e precisou ser importado de forma emergencial. O Brasil comprou 2,5 mil unidades de fomepizol, que devem estar disponíveis até o fim da próxima semana.

O medicamento bloqueia a transformação do metanol em metabólitos tóxicos e aumenta as chances de sobrevivência sem sequelas.

Já o etanol farmacêutico é usado como alternativa —ele compete com o metanol no fígado e retarda seus efeitos, embora não seja tão eficaz. Ele é feito por laboratórios e farmácias de manipulação, e o governo também adquiriu novos lotes para aumentar os estoques no SUS.

🔍O etanol farmacêutico age como antídoto, pois impede que o metanol seja convertido em ácido fórmico, uma substância ainda mais perigosa.

 

7 - Qual é a principal linha de investigação?

 

A principal linha de investigação da Polícia Civil é que fábricas clandestinas estariam usando metanol para higienizar garrafas falsificadas antes de envasá-las. A substância, que não está disponível legalmente no Brasil, teria sido contrabandeada e aplicada em recipientes reutilizados.

Mais de mil garrafas já foram apreendidas em operações conjuntas entre polícia e Vigilância Sanitária. O Instituto de Criminalística analisa os lotes suspeitos em duas etapas: primeiro a autenticidade da embalagem (selo, rótulo e lacre) e depois o líquido em laboratório. Até agora, parte das amostras já testou positivo para metanol.

 

 

8 - Como descartar garrafas de destilados para evitar falsificação?

 

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) recomenda que consumidores adotem cuidados extras no descarte de garrafas de destilados, para dificultar a ação de falsificadores. Isso porque embalagens originais são muitas vezes reutilizadas em bebidas adulteradas, como as envolvidas nos casos de intoxicação por metanol em São Paulo.

As orientações são:

 

  • Nunca descartar a tampa junto com a garrafa (coloque em lixos diferentes);
  • Rasgar ou retirar o rótulo antes de jogar fora;
  • Encaminhar a embalagem a pontos de coleta de vidro ou locais de reciclagem autorizados;
  • Evitar descartar no lixo comum, o que facilita o reaproveitamento.

 

Segundo o diretor da Abrasel, Gabriel Pinheiro, há até um mercado paralelo de compra dessas garrafas. Ele defende fiscalização mais rigorosa contra falsificadores e destilarias ilegais. O tema também deve chegar ao Congresso, com um projeto de lei para tornar obrigatória a destruição das embalagens após o consumo.

FONTE/CRÉDITOS: g1
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